“O poeta toma a pólis” se opõe a
discursos de ódio em circulação no país, rememora traumas da pandemia e exalta
a diversidade e a resistência
Vivemos num momento cheio de desafios e
urgências, que surgiram depois de uma pandemia planetária que nos trouxe uma
série de consequências. A humanidade está tentando adiar o fim do mundo e surge
a pergunta: por que a poesia ainda importa?
É a partir desse questionamento que
nasce “O poeta toma a pólis”, terceiro livro de Teofilo Tostes
Daniel, publicado pela Editora Patuá. Nessa obra, a poesia ocupa um lugar de
resistência e testemunho, além de servir de matéria essencial para sonhar um
mundo onde a diversidade humana é celebrada.
Dividido em duas partes, o livro
começa em tom de perplexidade diante das injustiças, da indiferença e da
crueldade vistas em nosso país nos últimos anos. Teofilo denuncia a
psicopatia cotidiana, em que “uma horda derradeira segue / a monetizar o
inaceitável / costurando olhos onde se leem / obscenos gritos de socorro”. A
intenção era mesmo cutucar a ferida e expor males tão naturalizados em nosso
dia a dia.
“A gente vivia no auge do domínio
do ódio dentro do debate público, quando teve início uma pandemia mundial, e no
momento mais dramático da pandemia, convivendo com a iminência da morte, senti
necessidade que minha escrita se voltasse para o horror em que estávamos todos
imersos”, conta Tostes.
Já na segunda parte de “O
poeta toma a pólis”, a conexão é com a esperança. É quando o autor deixa
claro por onde deseja que sua escrita conduza os leitores: pela delicadeza,
pela sensibilidade e pelo afeto como ferramentas eminentemente poéticas e
políticas.
“Acredito que, além de ser uma
forma poderosa de testemunho em tempos extremos, a arte tem ainda a
possibilidade de resgatar sensibilidades embotadas pela secura dos dias,
promovendo e ampliando a capacidade de diálogo, que é uma ferramenta
fundamental para a construção de um novo amanhã”.
“O poeta toma a pólis” é, sobretudo,
fonte de inspiração para os fãs da boa poesia contemporânea produzida no
Brasil. Nas palavras do autor, seu novo livro é “um projeto de saúde, força e
potência por meio das palavras”.
Teofilo Tostes Daniel / Foto: Divulgação
Sobre o autor:
Teofilo Tostes Daniel, nascido em 1979, é autor de “O poeta toma a pólis” (Patuá,
2023), “Trítonos – intervalos do delírio” (Patuá, 2015) e “Poemas para
serem encenados” (Casa do Novo Autor, 2008). Tem ainda contos, poemas e artigos
publicados em coletâneas, revistas literárias e culturais. É formado em
Produção Editorial pela Universidade Federal do Rio de Janeiro e vive em São
Paulo desde 2006, onde trabalha como analista de comunicação social do
Ministério Público Federal. Faz ensaios abertos com palavras em http://teofilotostes.
Para adquirir o livro:
https://www.editorapatua.com.
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