Se você
acha que já leu tudo de Charlotte Brontë, ainda não o fez, porque vem novidade
por aí
Em novembro de 1812, um barco que
transportava um baú de pertences de Maria Bradwell, colidiu com outra
embarcação em Plymouth, e quase tudo se perdeu. Encalhado na costa de Devonshire,
o baú foi praticamente despedaçado com a violência das águas e quase tudo o que
tinha foi levado para o fundo do mar.
Maria Branwell havia deixado a cidade de Penzance
no início do ano, para ficar com uma tia, e em sua casa conheceu o amigo do tio
com quem viera a se casar.
Em uma carta escrita a Patrick Brontë, pouco antes de seu casamento, Maria o informou:
Eu suponho que você nunca esperou ser muito
mais rico, mas lamento informar que ainda sou mais pobre do que eu pensava. Eu
mencionei ter enviado meus livros e roupas para cá por barco, mas recebi uma
carta da minha irmã informando que o navio onde estava meu baú naufragou e quase
todos os meus pertences foram engolidos pelo mar profundo.
Um dos poucos artigos recuperados foi um
exemplar do livro “The Remains of Henry Kirke White”, de Robert Southey,
publicado em 1810. Livros eram algo altamente valorizados na casa dos Brontë e
quando Maria morreu, nove anos depois, este livro tornou-se a mais preciosa posse
da família.
Com o passar dos anos, o pai de Charlote adicionou
inscrições em latim, registrando o fato de que o livro pertenceu a sua querida
esposa, e afirmando que tinha sido "salvo da ondas” e deveria ser
preservado para sempre. O livro era muito amado pelas crianças, e anotações
foram adicionadas por eles, incluindo um texto do filho, Branwell, que morreu aos
31 anos.
No entanto, a maior surpresa foi ter
encontrado nas páginas do livro dois manuscritos desconhecidos de Charlotte
Brontë. Trata-se de um texto em prosa e outro de 77 versos.
O Sr. Brontë teve uma vida longa, mais que de
todos os seus seis filhos. Quando morreu, em 1861, os livros da família e objetos
da casa foram vendidos em leilão. O paradeiro de muitos dos objetos permanecem
desconhecidos. O catálogo manuscrito da venda de 1861 registra que um livro foi
comprado por Rev. J. H. Wood, o ministro batista de Haworth, e agora sabemos
que o livro que ele adquiriu foi a obra de Robert Southey. Recentemente a
Brontë Society o recomprou. Com as
descobertas dos manuscritos nele contido, decidiu editá-los em um livro, que será
lançado no Brasil pela Faro Editorial.
“The Lost
Manuscripts”
celebra a descoberta desse material nunca publicado, um dos tesouros da família
Brontë. Além dos manuscritos inéditos, incluindo anotações do pai de Charlotte e
esboços de Branwell, a obra trará textos
dos principais especialistas em Brontë no Reino Unido, contextualizando a
descoberta para a obra da autora e as suas influencias no mundo literário.
O livro será publicado na Inglaterra no final
do ano e no Brasil em 2019.
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