O Carnaval nos Livros - Tomo Literário

O Carnaval é uma das maiores festas populares do Brasil. Trata-se de um período em que foliões ou não aproveitam para viajar, descansar ou cansar. Os foliões festejam ao som do samba, do frevo, do maracatu, do axé ou outros ritmos. Escolas de samba, blocos de rua, bailes em clubes, fantasias, confete e serpentina, ou praia, campo, sofá e cama. Não importa sua escolha.

Na semana pré-carnaval preparei uma lista com 10 livros que tratam da temática. É o Carnalivro do Tomo Literário. Os volumes explicam a festa, apresentam ícones do carnaval brasileiro, tem suas histórias passadas nessa época ou fazem referências ao período como pano de fundo para a história principal. Veja abaixo a lista de livros acompanhada da sinopse/descrição de editoras e/ou livrarias.

Carnaval é cultura | Poética e técnica no fazer escola de samba – Milton Cunha
Senac (Ano 2015, 370 páginas)

Rio de Janeiro, desfile das escolas do grupo especial. Quando a sirene toca e o portão se abre, cada agremiação tem 82 minutos para atravessar o Sambódromo. Mas, para os integrantes na avenida, o sonho tornado realidade é ainda mais efêmero: apenas 30 minutos na passarela para que a escola cumpra sem atrasos sua evolução na Marquês de Sapucaí. 
A diversão é o que iguala a humanidade, afirma o autor. A anônima garota da comunidade transformada em majestosa passista, a dona de casa rodopiando no reverente traje de baiana, a celebridade já famosa na mídia o ano inteiro: ali todos são atores-foliões que, brincando, encenam, sambam e cantam uma história analisada por um rigoroso júri espalhado em cabines. 
O carnavalesco Milton Cunha registrou os bastidores de vinte anos de seus desfiles, abriu seu baú pessoal e o dos recortes de jornais e concebeu Carnaval é cultura: poética e técnica no fazer escola de samba. Selecionou mais de 500 imagens que, além de captar os momentos de delírio na avenida, revelam o trabalho de dez meses antes nos barracões, nas quadras, nos ensaios: como o desfile do ano seguinte é pensado, planejado e executado, como os materiais são reaproveitados, como a festa gera trabalho e desenvolve artesãos. 

O Inverso das Origens – Rosa Magalhães e Maria Luiza Newlands
Novaterra (Ano 2014, 192 páginas)

Dez anos de história se fundindo com o cenário carnavalesco pelas mãos de Rosa Magalhães. O carnaval do Rio, proclamou Oswald de Andrade, “é o acontecimento religioso da raça”. E para evoluir a celebração, os presidentes de Escolas de Samba passaram a pedir ajuda aos cenógrafos do Teatro Municipal e da Escola Nacional de Belas Artes, a partir da década de 30, buscando as técnicas que levaram à consti­tuir um carnaval como nos tempos do Império. 
A professora, artista plástica, figurinista, cenógrafa e carnavalesca formada na EBA, Rosa Magalhães, é personagem fundamental nesse processo. O Rio passa a influenciar o país com seu novo modelo de “Escola de Samba”, com nova dimensão, enredo e suntuosidade, mostrando que as formas antigas do carnaval tornavam-se canibalizadas na reconstrução da atualidade do carnaval.
Começando pela agremiação do Salgueiro, em 1971, Rosa também destilou suas pérolas literárias e narrativas sotisficadas pela Beija-flor, Portela, Estácio, União da Ilha, Império Serrano - onde deu o título ao consagrado samba enredo "Bumbum Praticumbum Prugurundum" - Imperatriz Leopoldinense - onde garantiu diversos títulos nesses dez anos aqui narrados, entre 1992 e 2002 – Vila Isabel, onde levou o primeiro lugar em 2013 e vem dando vida à São Clemente no carnaval de 2015. Um livro onde a carnavalesca revela todo o processo criativo do carnaval e abre seu portifólio, mostrando de onde vem cada enredo, narrativa, a lógica do olhar escolhido para contar nossa história, e parte de suas fases que contaram com influências diversas e marcaram o carnaval carioca com desfiles épicos e únicos.

Inventores do Caranval – Renato Lemos
Verso Brasil Editora (Ano 2015, 192 páginas)

Em 'Inventores do Carnaval', Renato Lemos traz nove perfis de personagens que mudaram a história do Carnaval com suas criações. Ismael Silva encabeça o time forjando a própria ideia de escola de samba ao fundar a Deixa Falar. Em seguida, vem Mário Filho, idealizador do desfile e da competição entre as escolas; Natal da Portela, o primeiro patrono; Mestre André e sua famosa paradinha; Delegado, o mestre-sala por excelência; Cartola, Joãosinho Trinta, Monique Evans e, encerrando o volume, Candonga e sua famosa toalha, recuando a bateria para que toda a escola tivesse o gostinho de desfilar ouvindo a batida de seu samba.
  

O Rapto do Galo – Fabiana Karla
Rocco Pequenos Leitores (Ano 2014, 32 páginas)

Fabiana Karla homenageia a cultura de sua terra natal, apresentando um desfile de personagens e tradições. A autora transporta os leitores para as ruas de Recife, com seus bonecos gigantes, passistas de frevo e o batuque do maracatu. Escrito em rimas, “O rapto do galo” é um cordel contemporâneo enriquecido pelas ilustrações de Rosinha.

O País do Carnaval – Jorge Amado
Companhia das Letras (Ano 2011, 176 páginas)

Romance de estreia, escrito quando Jorge Amado tinha dezoito anos, O país do Carnaval (1931) é, apesar do título irônico, mais sombrio e introspectivo que a maioria dos livros que fizeram dele o ficcionista mais popular da literatura brasileira. A narrativa começa no navio que traz de volta ao Brasil o jovem filho de fazendeiro Paulo Rigger, depois de sete anos em Paris, onde cursara direito e absorvera comportamentos e ideias modernas. Nos primeiros dias que passa no Rio de Janeiro, Rigger tenta compreender um país onde já não se sente em casa, um país que tenta timidamente superar seu atraso oligárquico e ingressar na era industrial e urbana. De volta a Salvador, ele participa de um grupo de poetas fracassados e jornalistas corruptos que giram em torno do cético Pedro Ticiano, cronista veterano. Todos se sentem insatisfeitos e buscam um sentido para a existência: no amor, no dinheiro, na política, na vida burguesa ou na religião. Nesse romance de geração, as dúvidas e angústias dos personagens espelham a situação do país, que naquele momento passava pela Revolução de 30 e procurava redefinir seus rumos.

Pra Tudo Começar na Quinta-Feira – Fábio Fabato e Luiz Antonio Simas
Mórula Editorial (Ano 2015, 180 páginas)

Este é um trabalho com um recorte temático e espacial: ele versa sobre os enredos das escolas de samba do Rio de Janeiro e os seus criadores. A primeira parte aborda a conexão que existe entre os enredos das agremiações e os respectivos contextos históricos em que foram apresentados. A segunda parte apresenta e analisa a biografia profissional e a contribuição dos maiores carnavalescos, criadores de enredos, para o crescimento e transformação das escolas de samba do Rio de Janeiro desde 1960, quando a influência desses personagens passa a ser decisiva (e polêmica) para os rumos da festa.

 

Carnaval – Luiza Trigo
Rocco Jovens Leitores (Ano 2012, 152 páginas)

Carnaval com as primas no Recife: praias, música, amigos, sol, diversão... A receita ideal para Gabriela curar a dor de cotovelo depois de ver o ex-namorado beijando uma garota. Decidida a esquecer Gustavo de uma vez, Gabi faz as malas e deixa o Rio para uma semana de muita curtição no Nordeste. Ela só não contava com a possibilidade de se apaixonar de verdade em pleno carnaval! Escrito pela carioca Luiza Trigo, Carnaval conta a história de Gabi, Felipe e uma turma muito animada com a qual a garotada vai se identificar.

O Livro de Ouro do Carnaval Brasileiro – Felipe Ferreira
Ediouro (Ano 2005, 424 páginas)

Este livro aborda a história do carnaval desde seu surgimento, na Idade Média, até o advento da Internet, passando pela organização da festa nas principais cidades do país. Traça um amplo e surpreendente painel da cultura brasileira e contém informações e análises capazes de agradar tanto ao estudioso compenetrado quanto o folião mais animado.





Orfeu da Conceição – Vinicius de Moraes
Companhia das Letras (Ano 2013, 104 páginas)

"Tragédia carioca", Orfeu da Conceição transporta para um cenário tipicamente brasileiro o mito de Orfeu, filho de Apolo, uma das histórias mais emblemáticas da vasta mitologia grega. Imerso em sofrimento depois da morte da amada Eurídice, o músico vê-se incapaz de entoar suas canções, pois os sons melodiosos e tristes de sua descer ao Hades (o reino dos mortos) para trazer Eurídice de volta à terra. Ambientada lira não o consolam da perda do grande amor. Desesperado, Orfeu decide em uma favela carioca, Orfeu da Conceição estreou no Theatro Municipal do Rio de Janeiro em 1956, com enorme sucesso. Nada mais justo: com músicas de Tom Jobim - a peça inclusive inauguraria a fecunda parceria entre o poeta e o compositor -, cenários de Oscar Niemeyer e figurinos de Lila Bôscoli, o texto é ainda hoje um marco na releitura inteligente dos mitos gregos diante da realidade social, da mistura entre poesia e música popular, entre teatro e canção.

Carnaval – João Gabriel de Lima
Objetiva (Ano 2006, 132 páginas)

Pedro, um paulista cansado de sua monótona rotina como dono de locadora de DVDs, decide passar o carnaval no Rio atrás da amante, uma chef famosa. Ao caminhar pela cidade ensolarada, misturar-se aos blocos de uma Zona Sul em festa e descobrir os personagens de uma Lapa renascida, Pedro acaba encontrando também um novo roteiro para sua vida. A jornada carnavalesca de Pedro evoca a vertigem de 'Depois de Horas', filme de Martin Scorsese. Num estilo que remete à prosa de Borges, João Gabriel de Lima faz de Carnaval um romance sobre encontros, desencontros, mas, antes de tudo, sobre o poder mágico da criação. O leitor se vê convidado para um instigante jogo - afinal, o que é fruto da imaginação desse narrador viciado em filmes e o que é realidade?


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