Considerado pela
crítica literária uma obra-prima da literatura mundial do século XX, o romance
“O navio da morte”, de B. Traven, chega ao Brasil em tradução inédita, direto
do alemão, e marca o lançamento do selo literário Quimera, que se notabiliza
pelas edições caprichadas, com projeto gráfico para facilitar a leitura, e que
remete aos tempos em que eram utilizados tipos móveis, fazendo uma ponte entre
passado e presente.
O livro traz a
história de um marinheiro que passa por situações inimagináveis após ser
deixado para trás, e sem documentos, em um porto da Europa após a Primeira
Guerra Mundial. O narrador em primeira pessoa conversa com os leitores e, com
humor, tece comentários e considerações não apenas sobre as condições inumanas
às quais é submetido, mas também sobre o contexto histórico e social da
época.
“Quando se vence
uma guerra pela liberdade, depois dela as pessoas são privadas da sua
liberdade, porque foi a guerra quem conquistou a liberdade, não as pessoas.
Yes, Sir.”
(pag. 38)
“É estranho.
Ninguém gosta da polícia. E, se em caso de assalto chamamos a polícia, é porque
não nos é permitido arrancar o couro do ladrão com nossas próprias mãos e tomar
dele o que ele nos roubou.” (pag. 47)
Colados nesse
narrador que nos cativa desde a primeira página, acompanhamos sua peregrinação
de porto em porto, de dificuldade em dificuldade; visualizamos o cenário vívido
da Europa pós-guerra, enquanto constatamos que o tempo passa, os partidos
políticos mudam, mas os mecanismos de opressão se mantêm inabaláveis.
Sobre a
tradução e a nova edição:
A primeira edição de
“O navio da morte” data de 1926, na Alemanha. No Brasil, foram publicados
somente dois livros do escritor, ambos traduzidos a partir do idioma inglês.
Quimera apresenta tradução inédita esmerada, direto do alemão, por Érica
Gonçalves Ignacio de Castro; revisão e preparação de texto por Ieda
Lebensztayn; projeto gráfico com “respiro” e margens arejadas, para facilitar o
manuseio e a leitura; além do posfácio de um dos maiores críticos literários do
país, o Professor Alcir Pécora, professor Titular de Literatura da
Unicamp/SP.
(pag. 38)
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