Contos reverberam a revolta diante do cenário atual
Muitos livros
podem ser definidos com apenas uma palavra. Amor. Traição. Mistério. Humor. E
por que não Revolução? É exatamente com essa palavra que o jovem escritor e
advogado Adriano B. Espíndola define seu livro de estreia, Contículos de dores refratárias, que está sendo lançado pela
Editora Penalux.
“Sim, revolução”, reitera
o autor. “Concebi o livro nos meses próximos às eleições de 2018. Portanto,
toda a estrutura foi montada na perspectiva dos flagelos sociais, que tanto me
inquietam; e, ao mesmo tempo, na nossa capacidade em não perder o viço por
lutar: a intrínseca vontade de viver”, pondera.
O livro de contos
traz contornos nada programáticos: dores, rupturas, martírios, perdições;
esquecimentos, mortes, ausências, degenerações, sofrimentos. Dores “sutis” e
encobertas, desconsideradas, espelham a realidade do cotidiano cru de um país em
colapso social. Para Adriano, tal situação é a consequência de “um sonho
tenebroso da elite, de se curvar definitivamente aos interesses americanos. Uma
elite que agoniza em lama densa, sem oxigenação e só produz desamor.”
“Pretendo, sempre,
iluminar e inquietar”, continua o escritor, afirmando que busca permitir ao
leitor se permear pelas sensações e pelos elementos de enfrentamento ao status quo.
São contos escritos
para chocar e lembrar que as mazelas aí estão. Tratam de nossas
raízes; as dores que não se entregam; as dores subversivas que não permitem o
lugar-comum.
Cinthia Kriemler,
escritora que assina o texto de orelha, afirma que o livro é imperdível. “Uma obra
que apresenta de forma vertiginosa, mas harmônica, pessoas, lugares, sensações
e sentimentos. Adriano equilibra com grande facilidade uma narrativa que vai do
sarcasmo ao lirismo, mantendo um tom aguçado de crítica e denúncia que se
percebe tanto nos contos mais irônicos quanto naqueles em que sofrimento, perda
e morte são a tônica. Nos 27 textos amalgamados com grande unidade nessa obra
tão bem construída, um autor inquieto revela as falhas do instituído e as
oscilações do comportamento humano, destrinchando sem piedade o perfil de uma
sociedade plural e caótica.”
A obra, cujos
textos oferecem resistência ante ao atual cenário brasileiro, carrega
influência de outros autores nacionais, como André Sant’anna e Rubem Fonseca.
“Com a prosa
desses autores, compreendi o confronto visceral e necessário. Faz-se urgente escancarar
as questões tão intrincadas de nossa sociedade opressora, que não se reconhece
como tal”, alerta Adriano. E conclui: “Minha escrita é carne viva; entranhas,
músculos e ânimos persistentes”.
Esse livro, que nasceu
para confrontar e chocar, já se encontra à venda no site da editora.
Serviços:
Contículos
de dores refratárias, Adriano B.
Espíndola – contos (80 p.), Penalux, 2020.
Link
para compra:
Sobre o autor:
Adriano
B. Espíndola Santos. Natural de Fortaleza, Ceará. Autor dos livros
Flor no caos, 2018 (Desconcertos
Editora), e Contículos de dores
refratárias, 2020 (Editora Penalux). Colabora mensalmente com a Revista
Samizdat. Tem textos publicados nas Revistas Berro, InComunidade, Lavoura,
LiteraturaBr, Literatura & Fechadura, Mallarmargens, Mbenga, Mirada, Pixé,
Poesia Avulsa, Ruído Manifesto, São Paulo Review e Vício Velho. Advogado
humanista. Mestre em Direito. É dor e amor; e o que puder ser para se sentir
vivo: o coração inquieto.
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