Chegou por aqui o livro Eu Sozinha, de Marina
Colasanti, publicado pela Global Editora. Uma nova edição da primeira
publicação da autora, que diz em vídeo: “...isso
significa que ele continua fazendo parte do todo, e apesar de tantos anos de
distância e de tantos livros publicados desde então, ele continua harmonioso
com o conjunto”.
Confira
a sinopse do livro:
"Sua visão do mundo é dela só, mais
desesperada e aflita do que jamais foi posto em livro,numa personificação
assustadora do isolamento definitivo do ser humano." Millôr Fernandes
Eu sozinha, obra inaugural de Marina Colasanti, é um livro de solidão. A solidão como companheira, desde o nascimento na África até o tempo presente num apartamento em Ipanema. Afasta-se da autobiografia porque não conta a história de uma vida, mas transmite a marca da solidão de uma mulher jovem que caminha só, mora só, viaja só, trabalha só, mesmo quando há ao lado a ilusão dolorosa de outras proximidades. O livro é organizado em dois planos narrativas paralelos, sendo os capítulos pares relativos a momentos presentes, enquanto os ímpares são autobiográficos. "O que desejava, através dessa estrutura, era mostrar que a solidão se constrói desde o início, estejamos ou não acompanhados, e que desde o início nos acompanha.", explica Marina.
Eu sozinha, obra inaugural de Marina Colasanti, é um livro de solidão. A solidão como companheira, desde o nascimento na África até o tempo presente num apartamento em Ipanema. Afasta-se da autobiografia porque não conta a história de uma vida, mas transmite a marca da solidão de uma mulher jovem que caminha só, mora só, viaja só, trabalha só, mesmo quando há ao lado a ilusão dolorosa de outras proximidades. O livro é organizado em dois planos narrativas paralelos, sendo os capítulos pares relativos a momentos presentes, enquanto os ímpares são autobiográficos. "O que desejava, através dessa estrutura, era mostrar que a solidão se constrói desde o início, estejamos ou não acompanhados, e que desde o início nos acompanha.", explica Marina.
A obra não só deu início à carreira literária
de Marina, como também estabeleceu uma linguagem e um olhar muito particular.
Pois Marina emerge da crônica que a notabilizou no Jornal do Brasil, já
trazendo na escrita o som diferenciado que será seu dali em diante. Uma outra inauguração
acontece neste livro: a de uma estrutura rigorosa, cujas colunas de sustentação
são mantidas ocultas. A autora planeja o livro com rigor de esquadro,
organizando fragmentos aparentemente aleatórios de forma a constituir um
painel, discurso mais amplo nunca explicitado, cuja plena compreensão é
entregue à sensibilidade do leitor. Essa mesma maneira de trabalhar o texto
curto será retomada por ela, ao longo dos anos, nos livros de contos e de
minicontos. "O silêncio da casa é
feito dos barulhos de fora. Se tudo em volta se calasse, minha respiração seria
ensurdecedora."
Assista vídeo em que a autora lê trecho e comenta a obra:
Na legenda do vídeo divulgado pela Global
lê-se:
Eu sozinha é o primeiro livro de Marina
Colasanti, publicado no fim da década de 60. Esqueça da ficha catalográfica,
ele não tem um gênero definido - o que o torna atual, entre outros elementos.
Escrito de pontos de vista diferentes do tempo entre as páginas pares e
ímpares, ele se constrói com narrativas independentes que formam uma única,
como um ensaio, um pensamento, enriquecido pelo mais alto trato literário da
palavra. O conteúdo é feminista, mas não com os significados difusos dessa
segunda década do século 21, mas autenticamente feminista, de quem nos anos 60
vivenciou o exercício da liberdade de escolhas, do próprio corpo e da vida.
Foto: Reprodução |
Sobre a autora:
Marina Colasanti nasceu em 1937 na cidade de
Asmara, capital da Eritreia. Residiu posteriormente em Trípoli, na Líbia,
mudou-se para Itália e, em 1948, transferiu-se com a família para o Brasil,
onde vive até hoje na cidade do Rio de Janeiro. É casada com o também escritor
Affonso Romano de Sant’Anna e tem duas filhas, Fabiana e Alessandra Colasanti.
De
formação artista plástica, ingressou no Jornal
do Brasil, dando início à sua carreira de jornalista. Desenvolveu
atividades em televisão, editando e apresentando programas culturais. Foi
publicitária. Traduziu importantes autores da literatura universal.
Seu
primeiro livro data de 1968. Hoje são mais de cinquenta títulos publicados no
Brasil e no exterior, entre os quais livros de poesia, contos, crônicas, livros
para crianças e jovens e ensaios sobre os temas literatura, o feminino, a arte,
os problemas sociais e o amor. Hora de alimentar serpentes e Mais de 100 histórias maravilhosas são
algumas de suas obras consagradas. Por meio da literatura, teve a
oportunidade de retomar sua atividade de artista plástica, tornando-se sua
própria ilustradora. Sua obra tem sido tem de numerosas teses universitárias.
É uma das
mais premiadas escritoras brasileiras, detentora de vários prêmios Jabutis,
do Grande Prêmio da Crítica da APCA, do Melhor Livro do Ano da Câmara
Brasileira do Livro, do prêmio da Biblioteca Nacional para poesia, de dois
prêmios latino-americanos. Foi o terceiro prêmio no Portugal Telecom de
Literatura 2011. Tornou-se hors-concours da Fundação
Nacional do Livro Infantil e Juvenil (FNLIJ), após ter
sido várias vezes premiada.
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