Em “Royal 47”, livro do
escritor Jim Carbonera, publicado pela Editora Giostri em 2015, vemos o
personagem Rino Caldarola mais uma vez em ação. Rino protagonizou também o
livro “Verme!”.
O personagem deixa de morar com seus pais e vai encarar uma nova visão de mundo, que será descrita por ele através das teclas de sua máquina de escrever (uma Royal 47) comprada numa loja de peças antigas. Daí o nome do livro.
“Estou contente com a minha nova (nova?) máquina de escrever. Comprei-a há pouco tempo num antiquário. É um Royal Quiet De Luxe 1947 que eu carinhosamente apelidei de Royal 47. Estou neste momento fazendo bom uso de seu ofício. Gosto de bater em suas teclas barulhentas, escandalosas e ordinárias, enquanto pelo ar se espalha o fedor de mofo vindo da nostalgia de minhas lembranças.”
O escritor enfrenta a nova vida com o mesmo ar despojado com que atuou no livro “Verme!”. Rino mantém seus relacionamentos fugazes, encara bicos para adquirir dinheiro, se envolve com pessoas dos mais diversos estilos e se mantém firme no seu propósito de escrever. Interessante observar o despojamento de Rino, que por vezes não se coloca como escritor. Faz isso ou por mero descaso, ou para evocar certa magia, sobretudo quando descobrem que ele escreve.
O personagem deixa de morar com seus pais e vai encarar uma nova visão de mundo, que será descrita por ele através das teclas de sua máquina de escrever (uma Royal 47) comprada numa loja de peças antigas. Daí o nome do livro.
“Estou contente com a minha nova (nova?) máquina de escrever. Comprei-a há pouco tempo num antiquário. É um Royal Quiet De Luxe 1947 que eu carinhosamente apelidei de Royal 47. Estou neste momento fazendo bom uso de seu ofício. Gosto de bater em suas teclas barulhentas, escandalosas e ordinárias, enquanto pelo ar se espalha o fedor de mofo vindo da nostalgia de minhas lembranças.”
O escritor enfrenta a nova vida com o mesmo ar despojado com que atuou no livro “Verme!”. Rino mantém seus relacionamentos fugazes, encara bicos para adquirir dinheiro, se envolve com pessoas dos mais diversos estilos e se mantém firme no seu propósito de escrever. Interessante observar o despojamento de Rino, que por vezes não se coloca como escritor. Faz isso ou por mero descaso, ou para evocar certa magia, sobretudo quando descobrem que ele escreve.
O livro é dividido em três
partes: Arriscando, Encarando e Derrotado.
Em sua nova fase de vida Rino vive em meio à boêmia de Porto Alegre, aos amigos que faz naqueles trabalhos temporários e com as mulheres com quem mantém seus relacionamentos efêmeros. Tais relacionamentos reforçam a sua vida “solitária”, em substituição ao conforto de sua vida na casa dos pais.
Rino é transgressor por essência, não está ligado aos padrões sociais convencionais (se é que assim podemos dizer). É um personagem admirável justamente pela sua transgressão, por não se prender às expectativas e características que exigiriam dele. Rino não segue o politicamente correto e é demasiadamente sincero. Rino Caldarola é o que é.
Jim Carbonera tem um estilo de escrita ágil, sem amarras, que combina perfeitamente com o personagem central de seu livro. Os anseios e os desejos de um escritor estão presentes no personagem central, o que faz com que o leitor, possivelmente, imagine o autor na pele de sua criação.
Durante a leitura, algumas vezes, inevitavelmente pensei no escritor Bukowski. Eis que de repente me deparo com um capítulo denominado “Não me compare com Bukowski”. O que nos leva a pensar nisso é a forma com que o personagem lida com as situações da sua vida e sua personalidade livre.
Não por comparação, mas tanto Jim, como o seu personagem, tem uma forma natural de escancarar os fatos e expor seus pensamentos de maneira clara e crua, sem ficar lapidando para ludibriar emoções. Prezo muito por escritores despojados em sua maneira de escrever. Nesse contexto, Jim e Rino se confundem, o primeiro pela escrita e o segundo pela personalidade criada pelo primeiro.
“Royal 47” é um ótimo livro. A narrativa fluída leva-nos a não querer parar de ler. Quem puder, leia primeiramente o livro Verme! para conhecer mais sobre o personagem. Mas a leitura de Royal 47 não precisa estar atrelada ao livro anterior. A história vale por si só.
Em sua nova fase de vida Rino vive em meio à boêmia de Porto Alegre, aos amigos que faz naqueles trabalhos temporários e com as mulheres com quem mantém seus relacionamentos efêmeros. Tais relacionamentos reforçam a sua vida “solitária”, em substituição ao conforto de sua vida na casa dos pais.
Rino é transgressor por essência, não está ligado aos padrões sociais convencionais (se é que assim podemos dizer). É um personagem admirável justamente pela sua transgressão, por não se prender às expectativas e características que exigiriam dele. Rino não segue o politicamente correto e é demasiadamente sincero. Rino Caldarola é o que é.
Jim Carbonera tem um estilo de escrita ágil, sem amarras, que combina perfeitamente com o personagem central de seu livro. Os anseios e os desejos de um escritor estão presentes no personagem central, o que faz com que o leitor, possivelmente, imagine o autor na pele de sua criação.
Durante a leitura, algumas vezes, inevitavelmente pensei no escritor Bukowski. Eis que de repente me deparo com um capítulo denominado “Não me compare com Bukowski”. O que nos leva a pensar nisso é a forma com que o personagem lida com as situações da sua vida e sua personalidade livre.
Não por comparação, mas tanto Jim, como o seu personagem, tem uma forma natural de escancarar os fatos e expor seus pensamentos de maneira clara e crua, sem ficar lapidando para ludibriar emoções. Prezo muito por escritores despojados em sua maneira de escrever. Nesse contexto, Jim e Rino se confundem, o primeiro pela escrita e o segundo pela personalidade criada pelo primeiro.
“Royal 47” é um ótimo livro. A narrativa fluída leva-nos a não querer parar de ler. Quem puder, leia primeiramente o livro Verme! para conhecer mais sobre o personagem. Mas a leitura de Royal 47 não precisa estar atrelada ao livro anterior. A história vale por si só.
Sobre
o autor
Jim Carbonera nasceu em 27 de fevereiro de 1982. Natural de Porto Alegre, reside ainda hoje na cidade que serve de inspiração para suas escritas. Formou-se em turismo, exercendo a profissão por quatro anos e abandonando-a para dedicar-se integralmente à literatura. Suas obras tem como cenários ambientes ríspidos, libertinos, melancólicos e atrozes, e seus personagens possuem o caráter subversivo como característica principal. Segue o estilo literário do Realismo Urbano e Transgressivo. É autor dos livros “Divina Sujeira” e “Verme!”.
Jim Carbonera nasceu em 27 de fevereiro de 1982. Natural de Porto Alegre, reside ainda hoje na cidade que serve de inspiração para suas escritas. Formou-se em turismo, exercendo a profissão por quatro anos e abandonando-a para dedicar-se integralmente à literatura. Suas obras tem como cenários ambientes ríspidos, libertinos, melancólicos e atrozes, e seus personagens possuem o caráter subversivo como característica principal. Segue o estilo literário do Realismo Urbano e Transgressivo. É autor dos livros “Divina Sujeira” e “Verme!”.
Ficha Técnica
Título: Royal 47
Escritor: Jim Carbonera
Editora: Giostri
Edição: 1ª
ISBN: 978-85-8108-731-3
Número de Páginas: 151
Ano: 2015
Assunto: Literatura brasileira
Título: Royal 47
Escritor: Jim Carbonera
Editora: Giostri
Edição: 1ª
ISBN: 978-85-8108-731-3
Número de Páginas: 151
Ano: 2015
Assunto: Literatura brasileira
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