Escritor
angolano lança no Brasil coletânea de contos em que memória coletiva e
experiências pessoais retratam parte da história e cultura de seu país
Gociante Patissa já é um autor conhecido por
alguns leitores brasileiros, tanto por aqueles que acompanham seu perfil nas
redes sociais quanto por quem leu seu primeiro livro publicado no Brasil: a
coletânea poética “Almas de porcelana” (Penalux, 2016).
Dessa vez, nesta nova obra, o escritor traz
ao leitor brasileiro sua produção em prosa.
Numa instigante coletânea de contos, Gociante
Patissa transporta os leitores para os contornos de uma Angola imprevisível. Em
catorze temas, o escritor angolano tricota os cordões que passam pelo registro
da memória coletiva, incluindo aí a recriação de uma guerra civil de três
décadas, a qual o arrancou aos sete anos de sua terra natal. Também se
encontram em sua escrita os desafios do pós-conflito e de cidadania na antiga
colônia portuguesa situada na África austral. A província de Benguela e a
região etnolinguística Umbundu são o
cenário da generalidade dos contos.
“A ideia da publicação destes contos”, conta
o autor, “nasceu durante a minha presença na Feira Internacional do Livro de
Frankfurt, Alemanha, em 2016. Nessa ocasião, em correspondência com os editores
da Penalux, com a qual tive o grato prazer de publicar, no Brasil, a coletânea
de poemas intitulada Almas de Porcelana,
foi sugerido o desafio de uma nova experiência em prosa”.
Dessa forma, o escritor reuniu um conjunto de
catorze contos e uma fábula, do qual fazem parte alguns textos dispersos em
antologias; como, por exemplo, o conto que dá título ao livro, “O Homem Que
Plantava Aves”, texto que fez parte da antologia “Angola 40 Anos, 40 Contos, 40
Autores”, publicada no ano de 2015 em comemoração ao quadragésimo aniversário da
independência do jugo colonial português.
Na ficção de Patissa, além das referências
autobiográficas, há muita menção à cultura Umbundu,
língua-pátria do autor, que também é fluente no Inglês. A obra atravessa temas
complexos, como as memórias da guerra civil ou as sequelas do pós-conflito, expondo
a natureza humana às suas contradições e misérias.
Na opinião dos
editores, a literatura de Gociante alcança um valor universal, ao
mesmo tempo em que abre para o leitor brasileiro uma via de acesso à cultura e
história angolanas, mas pela ótica de um observador nativo, oriundo das camadas
mais pobres do seu povo. “É o segundo livro que publicamos do autor. Uma das
vozes mais atuantes na literatura angolana contemporânea”.
Resta, agora, aos leitores do Brasil, conhecer
e comprovar a qualidade literária desse escritor.
Serviço:
Editora Penalux
Livro: O
homem que plantava aves, contos
Autor: Gociante Patissa
Publicação: 2017
184 páginas, 14x21 cm
Link para comprar: http://bit.ly/plantava_aves_leia
Amostra grátis: http://bit.ly/amostra_gratis_contos_gociante
Foto: Reprodução |
Sobre o
autor:
Daniel Gociante Patissa nasceu na província
de Benguela, em 1978. Licenciado em Linguística/Inglês, pela Universidade
Katyavala Bwila, é membro da União dos Escritores Angolanos. Descobriu a
inclinação para o jornalismo e a literatura num programa infantil da Televisão
Pública de Angola em 1996. Foi gestor de projetos, tradutor
(Umbundu-Português-Inglês) e jornalista freelancer, tendo fundado a Associação
Juvenil para a Solidariedade, ONG angolana. Serviu a Save The Children e a
Handicap International. Publicou: Consulado do Vazio (poesia, 2008), A Última Ouvinte (contos, 2010), Não Tem Pernas o Tempo (novela, 2013), Guardanapo de Papel (poesia, 2014), Fátussengóla, O Homem do Rádio que Espalhava
Dúvidas (contos, 2014) e Almas de
Porcelana (poesia, 2016).
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