Pedro Fontes é escritor dos livros Possuído e
Amor & Preconceito. Ele concedeu entrevista ao Tomo Literário e falou sobre
suas obras, literatura LGBT, novos projetos, além de contar que autores e
livros o inspiram. Confira a entrevista e boa leitura!
Tomo Literário: Para começarmos, como foi a sua entrada meio
literário?
Pedro Fontes: Bom, acho que posso dizer que foi um
tanto estranha e engraçada. Quando eu era bem menor, eu tinha um computador
Windows 95 (visualize essa época bem antiga). Eu gostava de digitar, eu
digitava histórias infantis que já existiam, pelo simples fato de gostar de
digitar. Logo em seguida, tive vontade de escrever algo meu, então escrevi um
conto no Power Point porque, como criança, adorava a transição de textos e
imagens. Depois eu criei um blog onde comecei a postar histórias mais sérias,
porque sempre tive aquela sensação de querer escrever e se não o fizesse, não
sei, me sentiria incompleto. Larguei o blog e decidi oficialmente entrar no
mundo literário. Comecei a escrever meu primeiro livro de terror, primeiro
volume de uma saga em 2014 e terminei em 4 meses. A partir daí, sabia que era
isso o que eu queria fazer.
Tomo Literário: Amor & Preconceito acaba de ser
publicado pela Editora Skull em dois volumes. Como surgiu a ideia dos livros?
Pedro Fontes: A ideia foi bem fácil, isso quase
nunca acontece com um autor, não é? (Risos). Eu sei que o mundo tem histórias e
gêneros muito saturados, histórias que ninguém aguenta mais ler. Há pessoas
como eu que ainda querem investir nesses gêneros saturados, mas querem fazer
algo diferente. No meu caso, foi com a temática LGBT. Eu sei que tem muitas
histórias LGBT’s e que a maioria envolva sexo e as histórias não tem histórias,
é só sexo. Também sempre usam um adolescente como personagem que sofre
preconceito, isso quando não são romances homoeróticos, aí voltamos à questão
do sexo sem história. Então, a minha ideia é totalmente ir contra a tudo isso,
literalmente remar contra a maré. Criar um romance utilizando personagens
adultos, onde meu protagonista e narrador da história tivesse problemas
cotidianos a resolver e aí sim, encaixar um romance e falar do preconceito que
sempre tem. Ah, e fugir do sexo. Eu sei que as pessoas estão procurando
histórias desse tipo e não acham, então espero conseguir cativar a todos com
essa “novidade” (risos).
Tomo Literário: Amor & Preconceito é um romance LGBT,
não hot, que mescla romance, drama, humor e mistério. Quais as suas
expectativas em relação a aceitação do livro pelo público? A temática LGBT tem conquistado
mais espaço?
Pedro Fontes: Em relação a aceitação do público,
não vou mentir que fico muito temeroso, eu tenho muito medo sim. Acho que a
maioria faz aquela junção de LGBT + hot e o meu não tem nada disso, ele foge
totalmente dos padrões e quando você faz algo diferente do que a maioria
conhecia, todos olham pra você como um estranho. Tenho medo não de não gostarem
da história, mas de compararem a minha história por ser “diferente” a uma
história homoerótica. Mas parte de mim também acredita que eu vá conseguir
quebrar esse estereótipo de que todo LGBT é hot. Eu acredito que vou conseguir
dar uma segunda visão às pessoas sobre histórias desse tipo. Sim, acredito que
LGBT tem conquistado mais espaço sim. Ainda tem que melhorar, ter mais
produções literárias com essa temática, mostrar coisas diferentes fictícias e
reais também, mas o espaço conquistado até aqui tem sido muito bom.
Tomo Literário: Quanto tempo durou todo o processo, da
escrita até a publicação? E que mais te agradou no processo?
Pedro Fontes: Eu comecei esse romance um mês depois
de ter terminado o meu primeiro livro que é do gênero terror. Escrevi o livro
de terror em quatro meses. O romance, eu comecei no dia 24 de Maio de 2014 e
terminei no dia 29 de Junho de 2017, então foram três longos anos. Eu publiquei-o
em dois meses. O que mais me agradou foram as pesquisas que eu fiz e alguns
contatos também. No livro há poemas, muitas músicas e todos os capítulos têm
uma citação inicial, algumas delas de amigos escritores e poetas também. Então,
pedir autorização e conversar com eles foi muito bom, buscar músicas para
montar o clima da cena e dos personagens, pesquisar os poemas e as citações
certas foi com certeza o que eu mais gostei de fazer.
Tomo Literário: Na sua visão, quais são os maiores desafios
que o escritor brasileiro tem enfrentado atualmente?
Pedro Fontes: Começando do básico, escrever. Tem
muita gente que escreve, mas prefere guardar para si porque tem medo de
publicar. Publicar é outro desafio, dos grandes. É difícil para um escritor
encontrar a editora certa e que vá fazer jus a seu trabalho. A maioria tende a
ter medo de dar errado e não ser conhecido. Ser conhecido, acredito que seja o
terceiro desafio. Você pensa: eu escrevi, eu publiquei, mas será que as pessoas
vão ler? E todo o dinheiro que gastei? Então ter visibilidade no território
nacional é algo que escritor brasileiro precisa enfrentar todo dia para ganhar
seu devido mérito e provar que literatura nacional também vale a pena.
Tomo Literário: Você também escreveu Possuído, que conta uma
história que tem nuances sobrenaturais. Como é navegar por gêneros literários
diferentes?
Pedro Fontes: Para mim foi um pouco difícil
(risos). Eu leio romance, mas depende da história, assim como escrever. Eu não
tenho tanta facilidade com romances, mas depende de como será a história.
Terror é, além de meu gênero favorito como leitura, também é favorito como
escrita. Tenho mais facilidade e inspiração para esse tipo de história, por
isso escrevi Possuído tão rápido. Sair de um gênero favorito e mais fácil de
escrever e ir para algo fora da zona de conforto não foi fácil. No início, a
história foi caminhando bem devagar, mas logo depois tudo deu certo (risos).
Tomo Literário: O que te move a escrever?
Pedro Fontes: Pergunta difícil (risos).
Primeiramente, eu gosto de escrever para mim, acho que todo autor. E depois
você escreve para que as pessoas leiam. Eu sempre tenho histórias e histórias
na minha cabeça, várias. Então, sempre estou tentando de alguma forma
expressá-las no papel e depois deixar que leiam. Eu amo escrever e desde que
descobri isso, sinto que hoje não poderia viver sem.
Tomo Literário: Está trabalhando em algum novo projeto
literário? Pode nos contar?
Pedro Fontes: Atualmente, não estou trabalhando em
nada novo. Mas depois de finalmente ter concluído o meu romance que durou esses
três anos, no próximo ano, pretendo escrever o segundo volume da saga do
Possuído, porque já me perguntaram e continuam perguntando sobre a continuação
(risos).
Tomo Literário: Que autores você recomenda ou quais autores
influenciaram o seu trabalho como escritor?
Pedro Fontes: Os meus preferidos e influenciadores
sempre são Stephen King e Jane Austen. Recomendo para quem escreve os mesmos
gêneros que eu.
Tomo Literário: Que livros, de quaisquer gêneros, você
indicaria aos leitores e de que maneira esses livros te tocam?
Pedro Fontes: Esses foram alguns livros que eu
gostei muito: O Pequeno Príncipe, A Revolução dos Bichos, It – A Coisa,
Reparação e Razão e Sensibilidade. O Pequeno Príncipe é uma história que não
tem como não se sentir tocado, deveria ser leitura obrigatória de todo mundo
(risos). A Revolução dos Bichos é uma boa representatividade da nossa
sociedade, então é um ótimo livro bem reflexivo. Em It – A Coisa, além do
palhaço se transformar nos medos, o interessante é o que o poder da amizade
pode ser capaz de combater, amizade é magia. É um livro excelente, o melhor do
autor para mim. Reparação, resumidamente, é sobre uma mentira que destruiu
vidas e nós sabemos que a mentira pode mesmo ter esse poder, ela destrói tudo.
Razão e Sensibilidade é o meu livro favorito da Jane Austen junto com Persuasão,
mas falando do primeiro, nós temos duas protagonistas que agem de formas
diferentes, uma mais racional, outra mais emotiva. Eu tenho por mim que as
pessoas se dividem assim, costumo dizer que sempre temos as duas coisas, razão
e emoção, mas sempre tem um lado que predomina. É uma história linda com
reviravoltas. Incrível.
Tomo Literário: Quer deixar algum comentário para os
leitores?
Pedro Fontes: Bom, espero que gostem da entrevista,
quero agradecer ao Tomo Literário por me convidar. Vocês podem me acompanhar nas
redes sociais e todos os meus trabalhos, espero poder mostrar o meu melhor,
espero que gostem das minhas obras e quero mostrar também que a literatura
nacional é tão boa quanto a estrangeira. Confie e dê uma chance aos autores
nacionais!
Foto: Reprodução |
Saiba mais sobre o autor
Pedro Fontes nasceu na cidade de Volta
Redonda no Estado do Rio de Janeiro. Virginiano, estudante do curso Bacharel em
Nutrição, leitor voraz, blogueiro resenhista de livros, cinéfilo desde os 6
anos de idade, amante dos gêneros Terror, Mistério/Suspense, Romances de Época
ou livros com temas inovadores e viciado em café desde sempre, é também um
autor nacional.
Aos 17 anos tornou-se autor da sua primeira
obra do gênero Terror: Possuído – O Pentagrama, livro que
inicia a saga: “Possuído”. Possuído – O
Pentagrama seria apenas um simples conto, mas acabou se transformando em
algo maior. Além de assistir a muitos filmes e ser aficionado pelo gênero, a
ideia surgiu de escrever sobre um mundo onde os temas eram: o sobrenatural, o
diabólico, exorcismos, possessões, símbolos, demônios e tudo o que estiver
ligado a isso.
Conheça
os livros do autor
Amor & Preconceito - Duologia
Embora haja três personagens principais, esse
romance tem ênfase própria na história de dois protagonistas: Adrian e Theo.
Adrian Dantas é um homem racional, centrado e
sério que trabalha em uma empresa internacional com publicidade. Além da
própria família, o seu trabalho era a única coisa que tinha importância. Ele
não tinha tempo para nada na vida e não se importava, era feliz com o emprego e
a vida que tinha. Porém, sua filosofia parece mudar completamente ao reparar na
bela e jovem moça chamada Alice. Não é só o amor repentino pela mulher de
longos cabelos negros que faz o seu mundo girar, assim como terríveis notícias
que o desnorteia totalmente levando-o à solidão. Mas ele tem a chance de refazer-se
ao mudar para outro país.
Theo Beaumont é um homem oposto a Adrian.
Além de ser alguns anos mais velhos, alegre e interativo, ele encontra-se em
uma situação econômica abaixo do instável, quase desfavorável. Por esse motivo
principalmente, saiu de seu país de origem e mudou-se para os Estados Unidos em
busca de uma vida melhor.
Theo conseguiu um emprego trabalhando em uma
feira popular no Wisconsin, o dinheiro não era muito, mas o suficiente para
viver. Adrian encontrando-o em tal situação resolveu ajudá-lo e desde então
ambos se tornaram melhores amigos.
Uma amizade, ao longo do tempo, se transforma
magicamente e misteriosamente em amor e é isso o que vem acontecendo com
Adrian. Ele vê-se apaixonado pelo melhor amigo, mas também absurdamente confuso.
Estaria apaixonado pela beleza física e imponente de Theo ou tudo se transpõe
para além dos olhos azuis? Os sentimentos poderiam ser verdadeiros?
Pré-Venda disponível no site da Editora Skull.
Mudar-se para outro lugar – seja cidade,
estado ou país – é uma boa forma de começar vida nova... começar do zero!
Principalmente quando se tem planos para o futuro.
Eduardo Ferreira mudou-se para o Arizona. Com
23 anos de idade, vive com a esposa Lana, grávida há alguns meses, e é formado
em arquitetura. Uma vida perfeita.
Porém, ao assistir uma reportagem no Youtube
sobre a violenta morte de algumas pessoas, Eduardo descobre que o assassino
poderia ser seu pai, Marcos, e para piorar, testemunhas diziam que Marcos
estava possuído por um demônio.
Intrigado com a situação e sem acreditar em
nada, Eduardo resolve juntar-se a seu melhor amigo, Michael, para gravarem um
documentário sobre Marcos Ferreira, após descobrir que o pai encontra-se
internado em uma clínica psiquiátrica. Durante o documentário, Eduardo busca
uma resposta para a pergunta que o atormenta: seu pai estaria verdadeiramente
possuído?
Disponível no site da Drago Editorial.
Histórias
publicadas no Wattpad e Luvbook: Vulnerável, Amizade & Justiça, Bondade,
Outono, O Segredo Perfeito, Perigoso Amor, Entardecer, Anoitecer, Amanhecer e
Eternidade.
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