Cláudia Souza escreve desde criança. Com
vários títulos publicados em oito idiomas, a autora que mora na Itália,
concedeu entrevista ao Tomo Literário, falando sobre escrita, leitura, seu
livro Josefina quer ser bailarina, publicado pela Editora do Brasil, e muito
mais.
Tomo
Literário: Como foi o início de sua vida literária?
Cláudia Souza: Sempre
gostei muito de escrever, escrevo historias desde criança mas comecei a publicar
depois que vim morar na Itália e tive a oportunidade de apresentar meus textos
a muitos editores na Feira Internacional do Livro Infantil de Bolonha. A partir
dai comecei minha carreira de escritora infantil, com o primeiro livro
publicado em 2010. Tudo aconteceu de um modo muito natural e foi até surpreendente:
hoje já são muitos títulos, em 8 idiomas diferentes.
Tomo
Literário: Josefina quer ser bailarina trata do que
somos e queremos ser. Como surgiu a ideia do livro?
Cláudia Souza: Surgiu da
observação de que muitas vezes nós adultos não compreendemos bem o desejo das
crianças e tentamos adaptá-las às nossas próprias concepções, que são bem
menores que as delas. Conheci muitas Josefinas na minha vida.
Tomo
Literário: Dedicar-se à publicação de
livros infantis requer um cuidado maior por parte do autor para transmitir uma
mensagem importante para o público em formação?
Cláudia Souza: Sim,
escrever para as crianças não é nada fácil, precisamos estar muito atentos para
não cair num discurso pedagógico - tentando “ensinar” - e para oferecer a
elas textos fortes, verdadeiros como elas, belos linguisticamente e com
conteúdos que as surpreendam. As crianças são muito mais complexas que os
adultos e conseguem perceber âmbitos pouco comuns. Quando escrevo tento falar
com a criança que mora dentro de mim. É um trabalho muito emocionante.
Tomo
Literário: O que te move a escrever?
Cláudia Souza: Diria que é
uma necessidade vital, quando as ideias brotam elas precisam virar texto, não
posso fazer de outro jeito.
Tomo
Literário: Está preparando algum novo projeto
literário? Pode nos contar?
Cláudia Souza: Estou com
vários textos “no forno” com editoras brasileiras e italianas e outros
inéditos, nos quais estou trabalhando ainda. Escrever parece com esculpir, a
gente vai tirando até ficar só o essencial expressivo (eu trabalho assim). Um
desses textos em fase de elaboração com uma editora italiana é sobre a morte do
ponto de vista de uma criança que brinca, e será ilustrado por uma grande ilustradora,
não vejo a hora de vê-lo pronto, acho que vai dar muito o que falar por
aqui.
Tomo
Literário: Que autores você recomenda ou quais autores
influenciaram o seu trabalho como escritora?
Cláudia Souza: Eu não
costumo recomendar autores, acho que cada um (inclusive as crianças) devem
procurar histórias pelas quais se apaixona. O ideal é ler tudo, quanto mais
variadas as modalidades melhor! Livros longos, curtos, ilustrados, sem imagens,
só imagem… tudo vale a pena. Eu sempre li muito desde criança e na verdade li
poucos livros infantis. Comecei com os clássicos da literatura mundial e os
contos de fadas e não parei mais. Obviamente tenho meus autores favoritos seja
de LIJ que para adultos, mas essa escolha é muito pessoal. Como influencia para
o meu trabalho diria principalmente os contos de cultura popular, tem sempre
alguma coisa deles nos meus textos.
Tomo
Literário: Que livros, de quaisquer gêneros, você
indicaria aos leitores e de que maneira esses livros te tocam?
Cláudia Souza: Acho que
já respondi esta pergunta acima. Eu indicaria uma tarde inteira na biblioteca
“fuçando” em tudo, até achar alguma coisa que de vontade de ler. Posso dizer
sem mentir que todo livro me toca de alguma maneira, só de ser livro já é um
objeto que me interessa porque traz consigo um monte de coisas, informações,
sonhos, palavras… Adoro palavras!
Tomo
Literário: Quer deixar algum comentário para os
leitores?
Cláudia Souza: Espero que vocês conheçam e apreciem a “Josefina”.
Estou daqui torcendo pra que ela chegue até vocês e os encante como encantou a
mim.
Foto: Reprodução |
Um pouco mais sobre a
escritora
Cláudia Souza, além de escritora para crianças,
é psicóloga da educação e coordenadora de cultura lúdica em uma rede de escolas
internacionais (Bright Academy) em Milão, Itália, onde vive há 11 anos. Sempre
trabalhou com crianças e adora estar no meio delas. Seus livros têm circulado
por muitos países do mundo e isso dá a ela muita alegria. É
como se pudesse conversar com os meninos e as meninas que lêem as suas histórias.
Bibliografia
de Cláudia Souza (livros em português)
2010: A Planta
Carivora de Léo, Callis, SP
2011: A Princesa
que salvava príncipes, Callis, SP
2012: Matilde da
Ilha de Tacatu e Dentro deste Livro moram dois crocodilos (PNAIC, 2014), ambos
pela Callis SP
2013: Coleçao
“Turma da Janelinna” (5 titulos: Duas ou mais janelas para Gabriela, João e o
prato de feijão, Dorme bem Tomas, Pedro e Lobo e As aventuras de Camila contra
a madrasta malvada), Editora Espiral, Recife
2014: Sem Som e
Marina e Mariana, ambos pela Editora Espiral, Recife
2016: Josefina
quer ser bailarina, Editora do Brasil, SP
Todos à
venda nos sites das editoras e nas melhores livrarias do Brasil.
Josefina
Quer Ser Bailarina
Em Josefina
quer ser bailarina, Cláudia Souza, em parceria com o ilustrador Alexandre
Rampazo, traz uma protagonista que quer a todo custo ser bailarina, mas tem uma
enorme dificuldade nas aulas de balé. Mesmo trocando de escola de dança, ela
não faz as atividades propostas e nem acompanhar a turma. Então por que
Josefina continua querendo ser bailarina? Uma história sobre o que somos e o
que queremos ser, ainda que seja apenas imaginação.
Disponível na loja
virtual da Editora do Brasil.
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