Poeta, contista e romancista, Márcio Muniz é
autor de oito livros, sendo quatro em formato físico e quatro em ebook.
Participou de 26 antologias, é membro da Academia Liminescência Brasileira
(Alubra) e Embaixador da poesia pela Academia Virtual de Artes, Letras e Cultura
Embaixada da Poesia. Em 2015 venceu o concurso do circuito itinerante de poesia
dos bairros cariocas. Márcio concedeu entrevista ao Tomo Literário.Confira.
Tomo
Literário:
Como
e quando você decidiu ser escritor?
Márcio
Muniz: Costumo
dizer que não escolhi ser escritor, mas sim, fui escolhido. Escrever é uma
forma de me expressar, de mostrar o mundo como o vejo e o que sinto. Escrevo poemas
e crônicas desde que me reconheço como indivíduo. Sempre gostei das aulas de
redação no colégio. Então, depois vieram contos e romances curtos, tudo
guardado em minhas gavetas e restrito a pouquíssimos amigos. Em 2014 tomei
coragem e mandei um poema para uma antologia, depois outra e vieram os livros.
Quando vi tinha virado vício e aí sim comecei a me dedicar mais, dispor de mais
tempo para aprender. Ainda não me considero um escritor, mas acho que dei um
passo importante ao entender que escrever vai além da inspiração, é preciso uma
grande dose de transpiração neste ato.
Tomo
Literário:
Você
acaba de lançar Microamores pela Editora Illuminare. Como surgiu a ideia do
livro e como foi o processo de criação?
Márcio
Muniz: Sempre
tive dificuldades em ser sucinto quando escrevia, tinha uma grande tendência a
me alongar em meus textos. Então em 2016 a editora Illuminare lançou o desafio
de escrever microcontos, a priori com cem caracteres incluindo espaços e
pontuação. No começo achei que jamais seria capaz de fazer um desses de modo decente...Bom,
acabei me viciando. Tudo era motivo para tentar criar uma micro estória. Depois
disto, também em 2016 fui convidado a dar uma palestra sobre Haicai, o que me
levou a pesquisar muito sobre o tema devido ao fato de eu não ter uma formação
acadêmica da área de literatura. Ao conhecer melhor este gênero literário e
ainda alguns outros, também acabei me apaixonado pela capacidade de se
expressar e se fazer entender em poucas palavras. Hoje tenho mais de 500
microcontos e 300 micropoemas e o bom que a inspiração vem em um estalo e
pronto. Depois em alguns rola uma lapidação, mas a maioria vem de um insight.
Tomo
Literário:
Seu
livro foi apresentado na Feria do Livro Livre na Argentina. Qual a sensação de
ter sua obra divulgada além das terras brasileiras?
Márcio
Muniz: Cada
conquista é um degrau a mais nesta escalada de quem sabe um dia, me tornar de
verdade um escritor. Esta foi mais uma das alegrias que a editora Illuminare me
proporcionou. Hoje posso afirmar que esta editora está profundamente interligada
na minha trajetória. Saber que meu livro despertou grande interesse em leitores
além das fronteiras de nosso país é para mim motivo de grande orgulho. Acho que
ter parceiros que te proporcionem este tipo de sensação não tem preço.
Tomo
Literário:
Você
também escreve contos e tem participações em antologias, como 7 Pecados
Capitais. De que trata o seu conto nessa antologia?
Márcio
Muniz: Verdade,
hoje já são 26 antologias publicadas e tem mais três a caminho. Fiquei muito
feliz em ser mais uma vez selecionado para esta grande antologia, afinal
participei também da primeira edição. No começo fiquei na dúvida sobre qual
pecado escreveria, acabei falando um pouquinho de cada um deles, mas não posso
revelar muito pois seria um grande spoiler já que a grande surpresa da
revelação do pecado em questão está no seu final. Digamos que como eu não sou
tão trevoso assim, acabo pendendo para que tenha uma certa dose de humor neste
conto.
Tomo
Literário:
O
que te inspira a escrever?
Márcio
Muniz: Viver!
Tudo me inspira. Seja uma cena que presencio, uma viagem de trem, uma mulher
com um cabelo diferente, um olhar. A inspiração para mim vem da observação e do
devaneio de supor o que poderia acontecer de diferente a partir daquela
observação. Vou dar um exemplo, certa vez fiquei observando um casal que
caminhava em uma calçada em sentido contrário, então os dois se cruzaram e ao
cruzar um com o outro, ambos olharam para trás só que uma fração de segundos
atrasado com relação ao outro. Ou seja, ambos tiveram interesse, mas essa
defasagem os impediu de saber. Quem sabe o que poderia ter acontecido se
tivessem olhado ao mesmo tempo? Bom, claro que escrevi algo a respeito.
Tomo
Literário:
Tem
algum projeto literário vindo por aí? Pode nos adiantar algo?
Márcio
Muniz: Tenho
a cabeça inquieta, estou sempre escrevendo e me vejo em multiplos projetos,
quase sempre falta tempo, capital e parceiros para leva-los adiante. Já lancei
8 livros, quatro em formato físico (dois de poemas, um de contos e um romance)
e quatro em formato digital de poesia (amor, crítica social, sentimentos
diversos e sensualidade). Posso dizer que não tenho nada concreto, mas estou de
olho em boas oportunidades. Além disso, sou co-organizador de um sarau
literário (Sarau Poesia & Arte), acho que é uma forma de fomentar a cultura
e criar novos apreciadores e consumidores de cultura em geral, uma vez que em
nosso sarau temos espaço para música, dança, teatro e outras manifestações
artísticas.
Tomo
Literário:
Que
autores você recomenda ou quais autores influenciaram o seu trabalho como
escritor?
Márcio
Muniz: Tem
tanta gente boa aqui no Brasil que fica difícil citar. Gente que não fica nada
devendo aos escritores internacionais, nomes como Rô Mierling, MV Barcelos,
Vina Ferreira, LM Gomes, Jhefferson Passos, Fernando Nunes, Juliana Daglio,
Francine Locks, Vitor Abdala, Bruno Black, Leandro Ervilha, Juliana Aguiar,
Germana Zanetti, Fabio Shiva, Anderson Assis, enfim, é gente demais e tenho
orgulho em dizer que muitos deles se tornaram meus amigos depois que entrei
neste caminho de letras. Quanto aos que me influenciaram, eu citaria Machado de
Assim, Carlos Drummond de Andrade, Marcelo Rubens Paiva, Fernando Pessoa. Longe
de me comparar a escrita destes, seria desta forma ao menos que eu gostaria de
escrever.
Foto: Reprodução |
Tomo
Literário:
Que
livros, de quaisquer gêneros, você indicaria aos leitores e de que maneira
esses livros te tocam?
Márcio
Muniz: Bom,
nada contra o livro que é mero entretenimento, eu mesmo os leio e curto
bastante, mas eu gosto mais dos livros que me causam reflexão, que me provocam
e fazem com que eu me emocione. Gosto de ler de tudo um pouco, acho que nem
chego a ter um gênero favorito, depende do meu momento. Eu ficaria a entrevista
toda citando mas vamos lá: Dom casmurro – Machado de Assis; Travessuras da
menina má – Mario Vargas Lhosa; A cabana – William P. Young; Proibido – Tabitha
Suzuma; A Montanha e o rio – Dan Chen; Ensaio sobre a cegueira – José Saramago,
O cortiço – Aluísio Azevedo, O caçador de pipas – Kalhed Houssaini. Tantos...
Tomo
Literário:
Quais
são as suas expectativas ou sonhos como escritor?
Márcio
Muniz: Ser
lido, crescer como autor, emocionar pessoas e fazê-las pensar. Só isso...(risos).
Brincadeiras a parte, quero que meus textos toquem as pessoas, tenham
significado para elas. Mas acho mesmo que tudo se resume em ser lido, o que me
leva também a ser reconhecido neste meio. Acredito que este também é papel de
quem se predispõe a escrever, pois de alguma forma acabamos nos tornando
formadores de opinião e como tal, podemos e devemos almejar construir um mundo
melhor, de sujeitos felizes, que provocados, sejam questionadores, mais capazes
de criar e desenvolver raciocínio. Bom, creio que todo poeta é meio utópico.
Tomo
Literário:
Quer
deixar algum comentário para os leitores?
Márcio
Muniz: Agradecer.
Dobrar os joelhos e agradecer as pessoas que curtem minhas postagens, que me
enviam recados em minhas redes sociais, que compram meus livros, que vão aos
eventos que participam me dar um abraço. Eles são a razão disto, senão, o que
sobra é apenas vaidade de querer se fazer notar. A gente escreve para si, um
pouco, mas principalmente para as pessoas, para o mundo. Peço aos leitores que
estão aqui tirando um tempinho para ler esta entrevista que se permitam
experimentar a literatura e os autores nacionais, que tenham a mente aberta
para o novo e que no fim de tudo esbocem um sorriso, se emocionem e que possam
sair sempre melhores depois da sua leitura de um livro, seja ele qual for.
Conheça os livros do autor
Que chances um garoto pobre, negro, morador
de uma comunidade do Rio de Janeiro, teria com uma bela menina rica, branca,
frequentadora da alta-sociedade carioca? Teoricamente, nenhuma!
Pior... para Breno, não bastará apenas
conquistá-la, terá que lutar contra o preconceito imposto por todos...
principalmente, pelo próprio pai dela! Seu Levi é um homem autoritário,
extremamente preconceituoso e arrogante, jamais permitirá que sua filha venha a
namorar um “favelado”.
Mas Breno encontrará em Lucas – um
playboyzinho que mora no mesmo condomínio de Sabrina e que frequenta a mesma
comunidade de Breno em busca de saciar seu vício –, um forte aliado. Será com
sua ajuda e companheirismo que ele tentará romper com todas as barreiras
impostas por nossa sociedade e conquistar o coração de Sabrina.
Disponível na Livraria Drago Editorial.
Para momentos de reflexão, dias leves e
envolventes, a leitura de "Vida e verso em prosa" é a mais indicada.
Com palavras simples e claras, o autor traz
aos amantes de poesia - e aos não amantes também - o privilégio de passear por
situações inusitadas e vivê-las com uma intensidade verdadeira.
Disponível na Livraria Drago Editorial.
Microamores
Um livro cheio de sentimento, sensibilidade e reflexões.
A obra é dividida em duas partes: micropoesias e microcontos. Cada texto com
uma composição toda especial para falar de amor, paixão, sedução, saudade,
carinho e outros ingredientes que fazem a vida ter um sentido todo especial. O
livro é uma pequena obra de arte. Ilustrações internas feitas em nanquim dão um
sentido mais vivo e visual a muitas das histórias e poesias. Um pedaço de
sentimento concretizado em papel.
Encontros com o amor
Em um mundo tão pragmático e cheio de dramas,
impregnado de uma fria realidade, um pouco de fantasia nos faz ter com ele um
relacionamento mais suave e agradável. Encontros com o amor é uma coletânea de
contos que nos mostra que o amor pode estar ao lado, no ar, em toda parte, sob
nossas vistas, ao alcance das mãos, à nossa espreita, à nossa espera. Como digo
em uma de minhas poesias: “Quem nunca ouviu falar do amor? Quem com ele nunca
se encontrou?” Aqui ele é relatado de forma singela, por vezes parecendo
surreal e por que não, como matéria palpável. Encontros com o amor podem ser
inusitados, imprevisíveis e sem dúvidas, inesquecíveis.
Disponível na Sanfer Livros.
Poemas, paixões e declarações de amor
Poemas, utopias e algumas doses de razão
Poemas entre lençóis
Poemas e outros tantos sentimentos
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Gostaria de dar os parabéns pelo grande trabalho de apoio a literatura nacional e agradecer pela oportunidade de falar sobre mim e minha trajetória literária.
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