Entrevista: Marília Ramos

 

Marília Ramos sempre adorou ler e, desde muito cedo, se aventurava na escrita de poesias e histórias. Adora explorar novas formas de expressão e fazer experimentos com técnicas, temas e gêneros.

Ela mora em São Paulo com seu esposo, filhos, gatos, cachorros, peixes e plantas.

A autora tem 3 romances autopublicados pela plataforma da Amazon e é uma das sócias da Happy Endings Agência e Editora Digital, que oferece serviços editoriais para escritores.

Em entrevista ao Tomo Literário, Marília fala sobre sua trajetória, as inspirações para a criação de seus livros, os autores  que a influenciaram, novos projetos e dá informações sobre a agência e editora digital.

Tomo Literário: Para iniciarmos, conte-nos um pouco da sua trajetória até começar a escrever.
 
Marília Ramos: Eu me formei em Enfermagem pela Universidade de São Paulo no ano dois mil e trabalhei como enfermeira durante os dez anos subsequentes. Com o nascimento dos meus filhos, Lucas em 2008 e Cecília em 2010, passei alguns anos sem trabalhar formalmente, dedicando-me a eles e auxiliando no consultório do meu esposo, que é cirurgião de cabeça e pescoço.
 
Sempre fui apaixonada por livros e era uma grande leitora desde pequena. A escrita também entrou na minha vida cedo, primeiro na forma de poesias, depois nas pequenas histórias que eu criava para meus personagens dos jogos de RPG (Role Playing Games).

Lancei meus primeiros romances em 2017 e, desde então, tenho me dedicado à escrita de forma cada vez mais profissional, aventurando-me também no universo dos contos; adoro explorar novas formas de expressão, experimentado e inovando em técnicas, temas e gêneros.
 
Tomo Literário: Você publicou pela Amazon o e-book " Wildhill: um Chick Lit do Século XIX", como surgiu a ideia desse livro?
 
Marília Ramos: Romances de época sempre foram meu gênero favorito na hora de escolher as minhas leituras, mas nunca havia me arriscado a escrevê-los. Sabia que, com meu traço perfeccionista, a pesquisa e o processo de escrita seriam muito laboriosos. Desisti de resistir a esse “chamado” após a leitura do livro “Edenbrooke”, de Julianne Donaldson. Esse livro é tão maravilhoso e encantador, que continuou comigo após o término da leitura. Usei toda essa carga emotiva para compor Wildhill, e foi a melhor decisão que eu poderia ter tomado.
 
 
Tomo Literário: Você também publicou o e-book “Antes do Tempo: o princípio — uma história sobre amor, esperança e a inevitabilidade do destino (Extraordinário - Os Quatro Dons)”. Quais são as suas inspirações para escrever romances de época?
 
Marília Ramos: Independente de ser de época ou não, as inspirações para os meus romances surgem de uma ideia que é a espinha dorsal, a alma da história que vou contar. A escolha da época e do grau de realidade vem depois e, através da pesquisa, personagens, temas e contexto vão se compondo, assim como os múltiplos acontecimentos que irão formar a narrativa e conduzi-la para o que foi almejado lá atrás, quando aquela ideia era apenas um embrião.
 
 
Tomo Literário: Beatriz, é um romance contemporâneo escrito por fluxo de consciência e que também foi publicado na Amazon. Conte-nos como surgiu a ideia desse livro.
 
Marília Ramos: Beatriz foi meu primeiro livro a ser escrito, finalizado e publicado, e é meu único romance contemporâneo — pelo menos até o momento.
A inspiração dele veio, em grande parte, de mim: de quem eu sou, da minha história, dos meus amores e dores. Tinha acabado de perder meu pai e Beatriz foi uma revisita ao passado conturbado e minha maneira de trabalhar esse luto.
 
 
Tomo Literário: Quais são os livros ou autores/autoras que te influenciaram na sua formação como escritora?
 
Marília Ramos: Tenho profunda admiração por vários autores, tanto nacionais como internacionais, mas citarei apenas aqueles que deixaram uma marca profunda em mim e contribuíram para a minha formação como escritora: Jane Austen, Jorge Amado, José Saramago, Meg Cabot e Sophie Kinsella — uma bagunça boa e cheia de talento, gêneros e estilos!

 
Tomo Literário: Além de escritora, você atua com a Happy Endings Agência e Editora Digital. Conte-nos sobre esse trabalho. Quem é o público-alvo da agência? Quais são os serviços oferecidos?
 
Marília Ramos: A Happy Endings é um sonho que se realiza e um projeto que ainda desejo ver crescer muito até atingir pleno potencial. Somos cinco amigas e sócias apaixonadas por literatura e temos como principal objetivo apoiar autores independentes em sua jornada de publicação. Já abrimos as portas oferecendo serviços editoriais completos como revisão, diagramação, tradução inglês-português, leitura crítica e sensível, grupo de betagem, produção de audiolivro, assim como orientação de marketing, criação de artes e book trailer, etc. Mas queremos chegar muito além e um dia poder “descobrir” e representar autores indie promissores, custeando integralmente todos os gastos com a publicação e publicidade de suas obras digitais, da mesma maneira que as editoras convencionais fazem com livros impressos.
 
 
Tomo Literário: A autopublicação é um meio que vem se fortalecendo nos últimos tempos. Como você avalia essa frente de publicação? Tem dado resultado? É um bom caminho para os escritores conseguirem chegar mais perto de seus leitores?
 
Marília Ramos: Eu acredito muito na autopublicação e na equidade de possibilidades que ela proporciona. O poder de decidir quem será publicado e lido não está mais apenas nas mãos de agentes e editoras, mas acessível a todos escritores que desejarem. É óbvio que conhecimento e planejamento ajudam muito na hora de se autopublicar, mas felizmente pode-se encontrar muito material na internet e aprender com autores mais experientes que compartilham dicas e conselhos nas redes sociais.
 
Além disso, o conhecimento de quem é seu público-alvo e a construção de um relacionamento próximo e honesto com ele com certeza ajudarão o autor iniciante a, com determinação e dedicação, um dia alcançar o sonho de viver de sua própria escrita.
 
Tomo Literário: O que você considera um bom livro?
 
Marília Ramos: Para mim, um bom livro tem, sobretudo, personagens cativantes e humanas com as quais, por diferentes razões, conseguimos criar um laço de identificação que nos fará seguir com elas até o fim do mundo se necessário e sentir toda uma variedade de emoções.
 
 
Tomo Literário: Tem algum projeto novo sendo preparado? Pode nos contar um pouco sobre ele?
 
Marília Ramos: Opa! Em outubro terei um lançamento, o livro 1 da Série Extraordinário — da qual Antes do Tempo é o volume 0.5 —, que será uma trilogia.
 
 
Tomo Literário: Onde os leitores interessados no seu trabalho podem te encontrar?
 
Marília Ramos: A rede social na qual estou mais presente é o Instagram — @mariliaramos.escritora — e todos os meus livros estão disponíveis em formato digital na Amazon e Kindle Unlimited.
 
 
Tomo Literário: Quer deixar algum comentário sobre algo que não tenhamos abordado ou algum recado para os leitores?
 
Marília Ramos: Como autora e editora, eu me orgulho muito da riqueza e da diversidade da nossa literatura nacional, ainda mais conhecendo as dificuldades e os desafios que permeiam a “profissão escrita”. É por isso que não posso deixar de pedir: leiam e apoiem os autores nacionais!