[Quotes] Tudo é rio - Tomo Literário

 


O livro "Tudo é rio", da escritora Carla Madeira, foi publicado pela Editora Record.

Separei alguns quotes durante a leitura. São frases que nos permitem refletir sobre a obra, os personagens e sobre o que está fora do livro.

“... a fome faz mais pela cozinheira do que os temperos.”

“O amor tem nome, mas não é nada que a gente possa reconhecer só de olhar. A dor a gente sabe o que é, tem lugar e intensidades que cabem na ciência. A raiva, o medo, o ódio entortam a cara com um jeito provável de se manifestar. Mas e o amor? O que é senão um monte de gostar?”

“A loucura começa como doença, miúda. Vai se alastrando célula a célula, ocupando tudo, destruindo a saúde, acabando com a vida de quem não encontra recurso para deter os pensamentos ruins, fazedores dos mais profundos infernos.”

“Perder amores é escurecer por dentro, uma memória do corpo que o entardecer evoca quando tinge o céu de vermelho. Para quem está sozinho, depois de ter amado, o fim do dia é muito triste.”

“Felicidade em demasia é dívida que não se pode pagar.”

“E o silêncio, com sua vocação de fermento, engordava toda sorte de devaneio.”

“Mas não é só de tempo que um bom cardápio de ódios precisa para inspirar grandes estratégias. Precisa começar de algum lugar...”

“Uma aventura na vida é pedir muito? Um minuto sem o peso do amor, da culpa, da responsabilidade, das contas para pagar, dos dez mandamentos.”

“O sofrimento, por uma insanidade humana ou por uma perversidade divina tem valor. Assim creem os que creem. Encontraram no calvário um sentido para além da vida.”
 
"Ninguém monta na vida. Brincamos de escolher, brincamos de poder
conduzir o destino. Precisamos dessa ilusão para viver os dias de antes, dias em que podemos tudo só porque pensamos poder, e então a vontade do que está fora da gente joga sua sombra densa e pegajosa."
 
“Sofrer com miudeza é querer ser infeliz.”

“Crescer nunca foi fácil, tem hora que o amor pode doer mais que a dor. De dente, inclusive.”

“E é claro que ignorar o resto do mundo incomodou o resto do mundo, sempre incapaz de tolerar doses tão abundantes de felicidade.”

“Aprendeu que a verdade não tem dono, que é duro demais existir e que ninguém precisa ajudar ninguém a sofrer.”

“A morte é vida intensa demais para quem fica.”

A sinopse da obra:

Com uma narrativa madura, precisa e ao mesmo tempo delicada e poética, o romance narra a história do casal Dalva e Venâncio, que tem a vida transformada após uma perda trágica, resultado do ciúme doentio do marido, e de Lucy, a prostituta mais depravada e cobiçada da cidade, que entra no caminho deles, formando um triângulo amoroso.

Na orelha do livro, Martha Medeiros escreve: “Tudo é rio é uma obra-prima, e não há exagero no que afirmo. É daqueles livros que, ao ser terminado, dá vontade de começar de novo, no mesmo instante, desta vez para se demorar em cada linha, saborear cada frase, deixar-se abraçar pela poesia da prosa. Na primeira leitura, essa entrega mais lenta é quase impossível, pois a correnteza dos acontecimentos nos leva até a última página sem nos dar chance para respirar. É preciso manter-se à tona ou a gente se afoga.”

A metáfora do rio se revela por meio da narrativa que flui – ora intensa, ora mais branda – de forma ininterrupta, mas também por meio do suor, da saliva, do sangue, das lágrimas, do sêmen, e Carla faz isso sem ser apelativa, sem sentimentalismo barato, com a habilidade que só os melhores escritores possuem.


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